Capitulo 10 – Dédalo é uma decepção
14 anos – 9º ano – verão
Alguns dias depois a Annabeth volta sozinha ao acampamento, o Grover e Tyson foram por outro caminho no labirinto procurar Pã e o Perseu havia desaparecido depois de causar uma erupção na versão moderna do monte Etna, o que acabou libertando Tifón, o titã das tempestades. Duas semanas depois quando estávamos prestes a queimar a mortalha dele, o ser aparece e ninguém sabe como ele chegou, mas a Nice o viu sair de uma jangada na praia.
Na manha seguinte ele e Annabeth saem novamente em missão, mas agora tinha uma maneira de guiar no labirinto.
Naquela noite sonhei com o meu pai, ele estava no Elísio.
- Oi Lírio – disse sorrindo – Você cresceu.
- Oi papai, já se passaram 9 anos.
- Não temos muito tempo, então preste atenção – disse ele, seu tom era sério – as coisas só vão piorar, os mortos estão cada vez mais agitados, ele está prestes a se levantar do abismo, tome cuidado com...
Não consegui ouvir, o sonho tremeluziu e a cena mudou. Agora eu estava no Central Park.
- Desculpe te tirar de seu pai, mas há coisas que terá de descobrir sozinha – disse uma voz feminina, doce e decidida ao mesmo tempo, atrás de mim.
Me virei, era a minha mãe, ela usava um chiton azul celeste e branco com detalhes dourados e um broche prata de coruja com esmeraldas no lugar dos olhos prendendo os dos lados do tecido pouco abaixo do ombro direito. Era a segunda vem que eu sonhava com ela em menos de 6 meses, o que significava que as coisas estavam se complicando.
- Oi mãe – disse olhando para os seus olhos cinza-tempestade – porque me trouxe aqui?
- Gosto desse parque, me faz lembrar o lugar onde conheci seu pai – disse olhando para o horizonte – mas não foi por isso que te trouxe aqui – disse olhando para mim – Annabeth foi atrás de Dédalo, para que ele ajude...
- E você quer que eu ajude a convencê-lo?
Um trovão ressoou no céu, ela olho para cima e depois falou:
- Preciso ir, mas você sabe o que fazer – diz se virando, mas parou e olhou para mim – Vai precisar disso logo – diz me entregando um anel de prata para mim – não é uma arma, mas vai saber como usa-lo.
Eu acordei, estava com o anel de prata no anular direito. O anel tinha tiras douradas feitas no próprio metal formando um triangulo e minúsculos diamantes no centro e entre as tiras. Me levantei junto com alguns dos meus irmãos e quando estávamos prontos fomos tomar café.
Durante a tarde, depois de arrumarmos o chalé para a vistoria, aproveitei os dois minutos livres que eu tinha antes do treinamento de arco e flexa para falar com o Quintus. Como sempre ele estava na arena.
- Sabe por que a Annabeth saiu em missão?
- Como? – perguntou ele meio confuso e eu repeti a pergunta – Você sabe por que, então por que me pergunta se eu sei?
- Você sabe? – perguntei mais uma vez
- Sei.
- E deixou eles irem em uma missão suicida, com você aqui? Por quê? – perguntei um pouco irritada
- Essa guerra não é minha.
- Em pensar que eu admirava você – disse desapontada – todos os meus irmãos admiram você, o maior inventor da Grécia, e é tão egoísta.
Sai da arena e fui para aula de arco e flexa. Mas acho que eu consegui o que queria. Se você quer fazer um filho de Atena repensar sua escolha, atinja onde realmente dói: O orgulho.
Alguns dias depois Perseu, Annabeth, Grover, Tyson e Nico voltaram ao acampamento e contaram que o Quintus era o Dédalo (o que eu já sabia) e que o Luke estava marchando contra o acampamento pelo labirinto. Começamos a nos preparar para a batalha.
Quando a Batalha começou a entrada do labirinto parecia um formigueiro sendo cutucado com graveto, não paravam de sair monstros Dalí. 2 semi-deuses e 3 monstros vieram na minha direção, – eu estava de armadura completa e lutava com escudo e espada – lutei com os 5 ao mesmo tempo, os monstros logo viraram pó, mas eu não queria matar os semi-deuses. Acertei um deles com um chute e o outro com a base da espada.
Uma flexa zuniu na minha direção e acertou o meu braço direito, soltei um arquejo de dor e deixei o braço cair, troquei a espada de mão e fechei o escudo. Olhei na direção de onde tinha vindo a flexa, tinha um arqueiro lançando flexas sem parar em todas as direções, eu já o tinha visto antes no acampamento, era um filho de Apolo – Simon Zimmer. Tentei ir até ele, mas meu braço latejava e meu cabelo estava ensopado embaixo do elmo, minha vista estava ficando com pontos pretos e quando olhei para a flexa vi que tinha quase atravessado completamente o meu braço.
Ouvi o Grover balir e toda a Armada de Kronos bateu em retirada. Minha vista enegreceu totalmente e eu só senti uma mão gelada na minha nuca.
Quando eu acordei estava na enfermaria e meu braço estava enfaixado. Annabeth estava do meu lado, ela segurava um copo com néctar e me deu para beber, tinha gosto de geleia de amora (minha fruta preferida).
- Sobre o Dédalo... Eu descobri... Pouco depois de vocês voltaram para o labirinto – disse um pouco desconfortável.
- No final ele acabou ajudando – disse e depois me contou tudo o que aconteceu depois que eu apaguei.
Dois dias depois eu estava totalmente recuperada e o Quíron queria falar comigo, então fui até a casa grande depois do almoço. Ele estava em sua cadeira de rodas com pernas falsas. O Sr. D. não estava lá, ele tinha sido convocado ao Olimpo depois da confusão no monte Etna.
- Oi Quíron – disse subindo a escada da varanda.
- Liliana, talvez seja hora de você voltar para escola – disse calmo, como sempre.
- Olha, Quíron – disse me sentando na cadeia a sua frente – da ultima vez que tentamos isso eu destrói parte da escola fugindo de uma hidra. E eu tinha 9 anos.
- Isso faz parte da vida de um meio-sangue, criança.
- E onde eu iria estudar?
- Em um colégio interno em Nova York, Academia Alamy.
- Eu volto no primeiro dia do verão e se acontecer alguma coisa no meio do ano eu não volto pra lá – disse depois de pensar um pouco.
- Não se preocupe, vais gostar de lá.
- Não é com isso que eu estou preocupada – disse – Não quero destruir outra escola e até onde eu sei colégios internos tem uma mensalidade absurda, quem vai pagar?
- Esse não tem mensalidade – disse ele ainda calmo – e quanto ao seu sobrenome – disse como se lesse meus pensamentos – como você viveu na vila de Kallas...
- Você já fez minha matricula, não foi?
- Sim, está matriculada como Liliana Kallas, mas você só vai para lá no ano que vem – disse ele – quando fiz sua matricula disse que era uma transferência de Esparta e que você só viria par cá no ano que vem.
Não sabia de onde viria essa transferência, mas ele controlava a névoa, podia fazer as pessoas acreditarem em qualquer coisa, então achei melhor encerrar a conversa por ali.