Capitulo 3 – Minha primeira missão é um fracasso
8 anos – 3º ano – verão
Devem estar curiosos para saber o que aconteceu com o Nicolas, eu poderia dizer que ele passou para Harvard, mas eu estaria mentindo. A verdade é que eu sai em missão com ele para resgatar um semi-deus que havia sido capturado ao sair da escola, era pra ser uma missão simples e rápida, mas as coisas ficaram complicadas.
O semi-deus tinha sido capturado por um ciclope e era vigiado por um cão infernal do tamanho de uma biga. Quando chegamos à caverna do ciclope, o Nick gesticulou para não fazermos barulho ou falarmos. Passamos pelo cão infernal, que estava dormindo e enquanto eu vigiava o entorno ele soltava o semi-deus, que estava de cabeça para baixo, mas o ciclope apareceu no exato momento em que o Nick dava ambrosia para o semi-deus.
Eles lutavam com o ciclope enquanto eu tentava não ser morta pelo cão infernal, eu o mantinha afastado com uma lança de 2 metros, mas estava ficando cansada. O Nick foi me ajudar, mas o monstro pulou em cima dele e mordeu seu ombro, eu consegui acerta-lo com a lança, que parou um metro depois enquanto o monstro se desfazia em pó.
O semi-deus havia derrubado o ciclope e estava em cima dele enfiando a espada no peito dele, que se desfez em pó. Corri até o Nicolas e o fiz comer um pedaço de ambrosia, depois dei dois longos assobios e a Nice apareceu com 2 pegasos: Ulisses e Guido.
- Não vai dar tempo de chegarmos ao acampamento – disse o Nicolas
- Tem que dar, vou levar você no Ulisses.
O outro garoto o ajudou a subir no pegaso e fomos para o acampamento.
- Se eu morrer quero que você seja a conselheira do chalé.
- Você não vai morrer.
Quando chegamos ao acampamento ele foi levado direto para enfermaria e eu o semi-deus ficamos lá com ele (eu não conseguia lembrar o nome dele, Quíron tinha dito e ele tinha um irmão gêmeo, mas eu não conseguia lembrar). Ele tinha cabelo castanho-chocolate, olhos âmbar e aparentemente 10 anos.
- Você é Liliana, não é? – sua voz era tão harmoniosa que ele parecia cantar ao invés de falar.
- Sou – disse distraída.
- Arthwr Balaguer e ainda não fui reclamado – disse um pouco chateado.
- Quanto tempo está aqui?
- 4 anos.
Um dos filhos de Apolo que estava cuidando do Nicolas veio até nós.
- Agora a vida dele depende das parcas, ele perdeu muito sangue... Talvez seja melhor... –ele se interrompeu ao ver a minha cara.
- Chamar os meus irmãos e trazer a mortalha?
- Talvez ele fique bem.
No final da tarde o Nicolas morreu e no dia seguinte eu fui até o apartamento do pai dele, um professor de grego e mitologia – Edgar Grey.
- Kali... Bom dia Sr. Grey – meus olhos estavam marejados – o senhor já me viu antes...
- No verão passado quando fui buscar o Nicolas no acampamento, mas onde ele está?
- É sobre isso que eu vim falar com o senhor – disse segurando o choro – eu posso entrar?
- Claro, vamos para a sala.
Nos sentamos no sofá, eu segurava o colar de contas dele, tinha 5 contas e três delas eu não tinha. Abri a mão e deixei que ele visse o colar.
- O Nick... Ele... – minha voz falhava
- Meu filho morreu, não foi? – seus olhos estavam marejados – como isso aconteceu? – perguntou, uma lagrima rolou no seu rosto – e não precisa inventar uma história, eu sei que ele era diferente, assim como você.
Eu contei a ele tudo o que tinha acontecido e que o Nicolas era meu meio-irmão. Entreguei o colar de contas para ele.
- Ele queria se formar em engenharia civil, tem vários projetos dele ali.
Olhei para a mesa no canto da sala, havia um amontoado de papeis e uma maquete de Esparta e outra de Atenas.
- E aquelas maquetes? – perguntei
- O Nicolas e eu estávamos construindo para uma palestra minha sobre Atenas e Esparta.
Me levantei e fui até as maquetes, eram perfeitas.
- Era por isso que ele ficava me perguntando sobre Esparta o tempo todo – murmurei.
- Conhece Esparta? – perguntou um pouco surpreso.
- Eu vivi lá até os 6 anos.
Fiquei lá por mais algum tempo e depois voltei para o acampamento.