Capitulo 4 – O Sr. eterno jejum

26/09/2014 21:47

13 anos – 8º ano – verão

 

  Naquela manhã todos foram para o topo da colina meio-sangue, onde a Thalia havia sido transformada em um pinheiro 6 verões atrás. Tinha um furo no tronco e pingava uma seiva esverdeada, ela foi envenenada e encontraram na sala do Quíron coisas que o incriminavam. O Sr. D o demitiu.

  - Com todo o respeito Sr. D, você bebeu? – perguntei, apesar de saber que não – Quíron nunca faria isso!

  - Cuidado com que fala, eu ainda sou um deus – respondeu ele.

  “um deus louco” – pensei, mas achei melhor ficar quieta.

  No lugar do Quíron ficou o eterno jejum, mais conhecido como Tântalo, amaldiçoado a passar a eternidade no Tártaro sem comer ou beber.

  Ele o Sr. D passaram horas conversando sobre o Perseu. Os sátiros tentavam, sem sucesso, curar a Thalia, mas ninguém sabia que veneno era aquele.

  Quando o Perseu e a Annabeth chegaram com aquele ciclope, estávamos tentando nos defender de touros de bronze, que literalmente, soltavam fogo pelas ventas. Eles conseguiram entrar no acampamento por que o veneno havia se espalhado por tudo e estava enfraquecendo a barreira.

  O ciclope entrou no acampamento e esmagou a cabeça dos touros de bronze. Durante o jantar ele foi reclamado como filho de Poseidon e Tântalo anunciou que lugar da captura à bandeira, faríamos corridas de bigas. Como eu não gostava nem um pouco disso ficaria nas arquibancadas. A única coisa divertida nas refeições era ver o Sr. Eterno jejum tentar comer ou beber, ele era tão “amado” pelos campistas que nem a Nice aparecia quando ele estava por perto.

  O pouco que eu consegui dormir aquela noite; tive um sonho estranho. Um Ciclope meio cego, sereias, Cila e Caribde, um navio de cruzeiro chamado “PRINCESA ÂNDROMEDA” e um dragão de bronze que nunca dorme.

  - Mar de monstros – disse em grego antigo quase caindo da cama.

  Deviam ser 2 da manhã quando voltei a dormir. Sonhei com o Luke, ele havia fugido depois de envenenar o Perseu com um escorpião das profundezas. No sonho ele estava na cabine de um cruzeiro conversando com 2 homens-ursos, eu não conseguia ouvir nada, era como se eu estivesse com tampões nos ouvidos. Acordei de sobressalto.

  “Se o Luke tinha envenenado o Perseu, o que o impediria de...” – pensei.

  - Ai deuses! Foi ele que... Deuses não! Ele... Como... Ele pode! – murmurei assustada – Ela o ajudou, confiou nele! Hibris... Traidor desprezível!

  Parei de falar, meus irmãos estavam acordando. Quando estávamos prontos para o café, a corneta de concha soou.

  No dia da corrida de bigas nós fomos atacados por pássaros da Estinfalia.

  - Ballistra – disse tocando no relógio, que se transformou em um escudo com a cabeça da medusa e depois em uma besta.

  Tentava me defender dos bicos de metal e acertar os pássaros ao mesmo tempo. Pelo canto do olho vi o Perseu e a Annabeth na mesma biga indo em direção à casa grande e depois voltando com radio do Quíron, o som afastou os pássaros e os filhos de Apolo puderam acertar os pássaros.

  A única que continuou na corrida foi a Clarisse, portanto a vencedora. Tântalo à loureou, deixando bem claro que Perseu e Annabeth haviam sido os desordeiros.

  Durante o jantar a Clarisse foi designada para encontrar o velocinio de ouro – a única maneira de salvar a Thalia e o acampamento – depois que o Perseu e Annabeth falaram dele. Depois do toque de recolher, Perseu, Annabeth e Tyson - o ciclope - desapareceram.

  A Thalia ficava cada vez pior e até a floresta estava sentindo o veneno. Eu esperava que a Clarisse fizesse algo certo desta vez, não queria que a Thalia morresse.

  Naquela noite eu sonhei com a Annabeth, o Perseu, o Tyson, o Grover e Clarisse na ilha do Polifemo. O Grover estava de vestido de noiva (isso foi estranho). Annabeth tinha conseguido engana-lo com o boné que ganhara de Atena, mas ele a capturou, ela estava de cabeça para baixo na mão dele e seu rosto estava pálido. Polifemo à solta, ela bate com cabeça em uma pedra e fica imóvel. Quando eles saem da caverna o Tyson pega o velocinio e o Perseu coloca em volta da Annabeth, lentamente a cor volta ao seu rosto e ela abre os olhos cinza-tempestade, como se tivesse acabado de acordar.

  Eu acordo suando frio, se não fosse o velocinio ela estaria morta. Não queria, mas lembrei de uma profecia que meu pai havia recitado em transe quando eu tinha 5 anos:

Nascida de dois povos,

Há muito inimigos

No tempo perdida ficará

E a vida, com mortes pagará.

  Era sobre mim, disso eu tinha certeza, eu era filha de Atena com um Espartano (Atenas e Esparta), viviam em guerra, tinha ficado na terra dos lotofagos mais de 2000 anos e as pessoas que eram importantes pra mim morriam. Odiava essa maldição em forma de profecia.

  Tentei dormir de novo, mas Morfeu não queria que eu dormisse; fiquei rolando na cama até amanhecer. Depois do café, fui até a arena, treinar sempre me ajudava a tirar pensamentos ruins da cabeça. Max estava lá, um semi-deus não reclamado de 11 anos, ele treinava esgrima com os bonecos de palha.

  - Alguém que pode se defender é um alvo melhor – ele dá um pulo – desculpe, não queria te assustar.

  - Oi, Liliana – diz ele se virando – acho que lutar com você não é melhor...

  - Não vou te matar e eu não mordo – bati no relógio – anoikthe.

  Ele abriu em uma replica do Aegis e o Max desvia o olhar

  - É, todo mundo faz isso, mas ele não vai te transformar em pedra. – digo, desembainhado a espada – Ataca – digo levantando o escudo.

  Ele ataca, eu paro o golpe com o escuro e ele para o meu com o escudo dele, ficamos assim numa serie de golpes, até que eu tomo impulso, dou um mortal por cima dele e encosto o a ponta da espada na base da lombar dele.

  - Regra nº 1: nunca deixe o adversário com a vantagem – digo abaixando a espada.

  Ele se vira e ataca, eu paro o golpe com o escudo.

  - Essa vai pra mim – digo atacando – regra nº 2: nunca baixe a guarda.

  Mais uma serie de golpes até que bloqueamos espada com espada e elas vão parar a um metro de nós.

  - Acho que isso é um empate.

  - Tem certeza? Olha pra baixo.

  Eu havia desembainhado a adaga com a mão esquerda e agora ela estava a milímetros do abdômen dele, bem na direção do rim.

  - Regra nº 3: sempre tenha um plano B. –digo embainhado a adaga e depois toco no escudo – Konta.

  Vamos até as espadas e a embainhamos. Olho no relógio e digo:

  - Aula de montaria em exatos 2 minutos, meus irmãos devem estar indo pra lá.

  Eu vou até o estábulo e encontro com os meus irmãos no caminho.

  Alguns dias depois, durante o jantar, o Sr. Recebe uma mensagem de Íris, onde o Luke confessa ter envenenado a Thalia e incriminado o Quíron, ele demite o Tântalo, que vira pó deixando o sanduiche (que ele tinha finalmente conseguido pegar) cair no prato – isso foi hilário.

  A Clarisse chega ao acampamento com o velocinio de ouro e pouco depois, Annabeth, Perseu, Grover, Tyson e Quíron também.

  - Annabeth! – chamei aliviada – Eu fiquei tão preocupada, sonhei com você... Você... – minha voz falhou

  “estava morta” – disse a Nice no galho do pinheiro/Thalia – “se não fosse o velocinio estaria”.

  - Estou bem agora – disse pendurando o velocinio no galho onde a Nice estava.

  Eu fiquei de guarda naquela noite – iríamos revezar a guarda no pinheiro até encontrarmos alguém (além do Argos, nosso chefe de segurança) que pudesse ficar 24 horas vigiando. Mas foi na noite da Annabeth que o trabalho do velocinio foi bom de mais, o veneno foi totalmente expulso do pinheiro, mas a Thalia saiu junto.